Carlos Máfia comenta a febre dos podcasts: ‘O brasileiro é apaixonado por áudio’

Os podcasts conquistaram o público pela diversidade de assunto, a linguagem informal e simples, a identificação com os apresentadores e com quem conduz os projetos. Em 2020, de acordo com uma pesquisa da Globo em parceria com o Ibope, o número de ouvintes no Brasil aumentou em 57%. Dados mais recentes mostram que o país tem mais de 30 milhões de consumidores do streaming. Graças ao formato acessível, os fãs dos podcasts podem ouvir seus programas favoritos enquanto seguem com suas atividades do cotidiano.

De acordo com o diretor Carlos Mafia, a tendência é de que este formato alcance cada vez mais espaço. Especializado em campanhas criativas e host do Plugado Podcast, Mafia explica ser possível crescer nesse mercado sem abrir mão dos conteúdos alternativos e independentes, já que na internet há liberdade de criação de pautas e possibilidade de inovar sem a grande pressão que normalmente acontece na TV. Em seu programa já foram grandes nomes, como MC Guimê, o ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, o astronauta e agora senador Marcos Pontes, o cantor Jairzinho, o humorista Marco Luque e o filósofo Clóvis de Barros.

“Os podcasts ganharam muito espaço devido à informalidade das conversas. Grandes veículos de comunicação, como rádio e TV, sempre foram muito disputados, caros, repletos de comerciais e distrações, isso torna praticamente impossível uma conversa longa e descompromissada. O formato de videocast ganha muito espaço pela facilidade de acompanhar em qualquer lugar, seja no trabalho, viagem, trânsito, etc. Ele vai muito além de distração e entretenimento, e pode ser uma grande fonte de conhecimento e estudo. É um formato que atinge a todos, tem relativa facilidade de produção e pode alimentar diversas plataformas, como Youtube, Spotify, Instagram, Tiktok, entre outros”, comentou.

Uma pesquisa mais recente do Ibope mostra que, atualmente, 40% dos brasileiros ouvem podcasts. Os números colocam o país em 3º lugar entre os que mais consomem o streaming de áudio no mundo. Mafia reforça que, para crescer nessa área, os criadores deverão focar em criar a própria comunidade, caso contrário, ficarão pelo caminho. O apresentador acredita que, cada vez mais, os videocasts atenderão a nichos específicos com público segmentado. Ele, que produz conteúdo no formato, já viu seus vídeos alcançarem um milhão de visualizações.

“Crescer de forma generalista vai se tornando uma missão bem improvável de acontecer. Percebo um forte movimento na grande mídia para abrir mais espaço as longas conversas. Também já acontecem tentativas de levar os maiores podcasts, ou podcasters, para sua grade. Em contrapartida a isso, também acredito que grandes comunicadores e apresentadores migrarão da TV para seus próprios projetos independentes de internet, ou paralelos. Já os podcasts mais famosos do Brasil tendem a crescer ainda mais, a ponto de aumentarem suas estruturas, equipes, e formatos, tornando- os praticamente canais de TV, com diversos patrocínios, muitos talentos e convidados cada vez maiores”, disse.

Com toda essa conexão pessoal gerada entre público e apresentador, os podcasts se tornam também uma ótima opção para as marcas terem contato mais próximo com o os consumidores. Os anúncios feitos em meio ao entretenimento se tornam uma forma de manter os ouvintes atualizados sobre as novidades do mercado. Assim, as marcas têm recorrido aos programas de maior audiência; outras criam seus próprios conteúdos.

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