Veterinário Marcelo Chipitelli explica como a castração pode melhorar a qualidade de vida do seu pet.
Fazendo parte da vida de muita gente, os bichinhos de estimação são considerados da família. O cuidado com eles, entretanto, não deve ser indiferente, já que assim como os humanos, precisam de acompanhamento em diversas áreas como a saúde. É o caso da castração, que possui diversos benefícios para o bem estar do pet.
O médico veterinário, Marcelo Chipitelli, explica o que é esse procedimento e de que forma auxilia na saúde do pet.
“A castração é procedimento cirúrgico onde se realiza a retirada das gônodas femininas ( sendo os ovários) e das gônodas masculinas (sendo os testículos). No caso das fêmeas também é indicado fazer a Pan Histerectomia que é a retirada das trompas do útero e do ovário, já no caso do macho é a retirada do testículo e os episódios”.
“A castração pode trazer uma série de benefícios como diminuir a incidência de tumores e câncer de mama em fêmeas, evitar com que o animal desenvolva Piometra (que é uma infecção uterina grave) e outras alterações inflamatórias no útero como Mucometra ou Hemometra. Além disso, pode ajudar a diminuir a incidência de alterações como Pseudociese que é pensar que está grávida, que pode ocorre devido a uma alteração hormonal nas fêmeas. Já nos machos a cantração diminui a marcação de território para cães muito dominantes e também prevenir problemas do aparelho reprodutivo como Prostatite, Tumores de Próstata e alterações na glândula reprodutivas e nas glândulas seminais. ” explica o profissional.
O período certo para castrar as fêmeas de cães é entre o primeiro e segundo Cio, essa idade é recomendada porque algumas fêmeas, como as fêmeas de raças braquicefálicas, como Buldog, Pug e Shih-tzu, podem desenvolver uma síndrome chamada de Vulva juvenil, quando castrada antes do primeiro Cio. Em cães de pequeno porte a indicação é a partir de 8 meses e em cães machos de grande porte é a partir de 1 ano e 2 meses, fêmeas e machos de felinos a indicação e a partir de 6 meses tanto para macho quanto para fêmea.
“Quando as fêmeas são castradas tardiamente já podemos ter o estímulo das glândulas mamárias e uma chance maior de desenvolver neoplasias com tumores que podem ser benignos ou malignos, infelizmente nas cadelas e nas gatas a incidência de tumores malignos é muito maior que os benignos, em média de 85 % dos tumores de cadelas e gatas são malignos” pontuou o veterinário.
Alguns donos optam por aplicar injeção anticoncepcional nas fêmeas, e o médico explica que isso pode prejudicar a saúde do pet, ocasionando doenças e diversas infecções.
“Eu sou totalmente contra o uso de anticoncepcionais, essas drogas estão comprovadamente ligadas ao grande número de alterações do aparelho reprodutivo feminino como doenças infecciosas, Hiperplasia Endometrial Cística e Piometra, que é a doença infecciosa do útero que o tratamento é emergencial com cirurgia e ela pode levar a quadros de septicemia insuficiência renal e morte, por isso que eu realmente não indico e contra índico o uso de anticoncepcional” explicou.
Para realizar a castração, é necessário ter um veterinário de confiança, que tenha um local aprovado pelas Inspeções da Fiscalização Sanitárias, pela Inspeção do Conselho Regional de Medicina Veterinária com um Centro Cirúrgico equipado e adequado para fazer esse procedimento cirúrgico.
“Esse pet precisa passar por exames pré-operatórios, machos e fêmeas com menos de 5 anos o indicado é fazer um exame de sangue com Bioquímica Renal e Hepática, fazer um eletrocardiograma, e acima de cinco anos já realizar como exame de pré-operatório um exame de Ultrassonografia, Raio-x de tórax, eletrocardiograma e o exame de sangue, que além das Bioquímicas Hepáticas e Renais, dosar Glicose, dosar Gama GT que também é uma enzima Hepática, Proteínas e Albumina” pontuou o especialista.
Em relação aos cuidados pós operatórios, eles são tão importantes quanto uma cirurgia bem executada.
“Os cuidados pós operatórios são importantíssimos, o uso do colar cirúrgico que é chamado colar Elisabetano, aquele abajur que colocamos nos pescoços dos nossos pets, em gatos e cães, nos dois usar sempre a roupinha cirúrgica, vai dar mais conforto e vai proteger o local da cirurgia e vai ajudar a diminuir também a dor pela compressão leve que faz, deixar o animal em repouso, ele pode andar, mas não deixar ele subir escadas e nem pular em sofá ou cama, tem que se fazer o curativo uma vez ao dia, observar se esse pet está se alimentando, evacuando e urinando normalmente. Caso perceba qualquer alteração o tutor do pet deve comunicar ao médico veterinário cirurgião imediatamente” explicou Marcelo.
Para acompanhar o veterinário Marcelo Chipitelli seu instagram é @marcelochipitellioficial .
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