Lima Barreto, em nova edição, estimula debate sobre literatura negra

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O conto “O Homem que sabia Javanês”  será o primeiro tema debatido na série “Estante Preta” criada pelo também escritor Plínio Camillo

Um escritor negro, pobre e descendente de escravos que morreu sem ter sido aceito pela Academia Brasileira de Letras embora tenha se candidatado três vezes. Um autor que apesar das muitas dificuldades que enfrentou, conseguiu fazer uma literatura crítica e de qualidade que permanece atual por abordar temas como racismo e exclusão social: este foi Lima Barreto (1881-1922). 

Pois o escritor carioca está sendo reeditado pela Desconcertos Editora neste século XXI. É que o conto “O homem que sabia javanês’, de sua autoria, acaba de ser publicado por Claudiney Vieira, poeta, contista, agitador cultural e cineclubista que, em 2018, também se tornou editor de livros. Republicar neste 2021, um autor rejeitado pela Academia Brasileira de Letras e repudiado pela crítica literária de seu tempo, é um ato de resistência e lucidez, pois, em tempo de enganadores, fake news, figuras ocupando, no poder, cadeiras de áreas que desconhecem e, às vezes, até odeiam, Lima Barreto não poderia ser mais contemporâneo e divertido, dando voz a esse narrador que conta, com muito bom humor, suas trapaças e conquistas ao inventar conhecer uma língua estranha em um país que adora ser enganado. Mais do que o poder, o personagem merecia a canonização para também constranger a Divindade.

O livro “O homem que sabia javanês” antes do lançamento em 10 de Outubro, já está em pré-venda no site da editora https://desconcertoseditora.com.br/produto/7221/

Sobre o lançamento desta grande e necessária obra de Lima Barreto, o escritor Plínio Camillo, que tem uma longa vivência no movimento negro, idealizador da produção semanal “Notas de Escurecimentos” e da obra coletiva “Pretos em Contos” destaca que lançará em seu canal do YOUTUBE o primeiro episódio de uma série dedicada à literatura negra chamada “Estante Preta”. “Este será um espaço no qual pretendo debater ou somente divulgar, a literatura feita por escritores negros e negras. Neste primeiro episódio, participarão Oswaldo Faustino, Júlio Emílio Braz e Claudinei Vieira, todos os envolvidos na edição do ‘Homem que sabia Javanês’ do grande Lima Barreto”, conclui.

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