Cores intensas, volumes, estampas e máscaras: o que esperar da moda inverno 2021
Na semana de diversos desfiles de moda, a fashion stylist Jana Lee analisa as apostas de grandes marcas pelo mundo
Os looks inspirados na década de 90 estão com tudo, pelo menos foi esta a aposta da última coleção da grife Dolce & Gabbana. Jaquetas oversized, volume em geral, tecidos metalizados, plastificados, estampas holográficas, cores vibrantes e camisetas com frases bem na pegada da década são alguns dos destaques da coleção que foi amada por uns e odiada por outros, como destaca a fashion stylist Jana Lee, brasileira que mora nos Estados Unidos. “A marca revisitou a atmosfera da cultura pop 90’s. Uma das referências mais fortes vem do World Music Awards de 1998, quando a marca assinou o stylist dos integrantes do grupo musical Acqua”, comenta em seu perfil no Instagram @itsmejanalee.
O ar futurístico está em voga. O estilo apresentado traz elementos da cibercultura que se mesclam ao momento contemporâneo dos smartphones. Jana Lee ressalta também detalhes como as ombreiras, que continuam volumosas, mas tendem a ser mais retas, “temos um volume reto, que alonga a silhueta”, explica a especialista. Volumes são apresentados de forma geral e nas clássicas jaquetas não é diferente. Entretanto, a fashion stylist pondera que outras marcas ainda estão lançando seus trabalhos e que, por isso, ainda não é possível bater o martelo sobre o que de fato vai tomar conta das vitrines nos próximos meses. “Tem outros desfiles começando agora, como o Paris Fashion Week, que com certeza vai carimbar e consagrar diversas tendências”.
Um ponto de contraste à grife italiana na opinião de Jana Lee foi o trabalho apresentado pela conterrânea Valentino em seu último desfile, em Milão. Com inspiração no movimento punk, a coleção traz peças em preto e branco e inclui alguns materiais como lã. “Eu amei esta coleção, além de ser toda em preto e branco, traz peças sexys, como vestidinhos curtos, nos acessórios vemos bastante dourado”, comenta a fashion stylist. Falando em acessórios, a aposta são os max colares. Sim, eles estão em alta! O exagero também está nas bolsas, que deverão ser enormes e estilosas. Outros elementos que devem compor os looks são as franjas e as correntes.
No resumo de tudo isso, Jana Lee reforça a análise de diversos especialistas. “Tem se falado no equilíbrio certo entre Minimalismo e Maximalismo, a gama de cores é alta, assim como as nuances, misturas e interpretações”. Subculturas urbanas foram mescladas à alta-costura, como se viu bastante no desfile de Valentino, assim como jogos gráficos foram criados com as estampas. “A dica para quem quer experimentar este estilo gráfico é usar apenas uma peça estampada para combinar com uma roupa de uma cor só”, aconselha Jana Lee. Outras tendências apresentadas foram Hiper Futuro, pele sintética e jeans tie dye. A primeira explora elementos de filmes de ficção científica e foi apresentada por Salvatore Ferragamo, o que pode ser bastante inusitado em termos de modelos, cores e cortes. Já a pele sintética se encaixa nas discussões atuais sobre respeito aos animais e veganismo, portanto, as peles ecológicas estão em alta e foram destaque na coleção feminina da Prada outono inverno 21-22. Para os amantes do jeans a dica são os looks inusitados apresentados por Alberta Ferreti. As tradicionais calças e jaquetas deste material foram revisitadas com elementos da estampa hippie.
Máscaras
A pandemia também deu as caras no universo fashion. O artigo de proteção contra o novo coronavírus foi incluído no rol de produtos das grifes. “Tenho visto diversas marcas lançando máscaras e os preços são variados, tem algumas realmente caríssimas, são peças de luxo”, afirma Jana Lee. Tom Ford, Fendi e Balenciaga são algumas das que investiram nesta tendência. “Por saber que tão cedo não deixaremos de usar esta proteção, eu mesma estou procurando investir em máscaras mais bonitas, ela virou um ítem importante no look”. A peça produzida pela Tom Ford é oferecida por 95 dólares, a da grife espanhola Balenciaga custa 130 dólares, já a da Fendi é um pouco mais salgada: 630 dólares. O acessório da grife italiana é preso por um laço, que fica em destaque na parte de trás da cabeça. “Na China, por exemplo, máscara é um item da moda há tempo, eles já tinham o hábito de usá-la antes da pandemia quando estavam gripados ou para se protegerem da poluição, por isso lá é algo mais popularizado, isso deve ocorrer em outros países também”. Jana Lee dá destaque à marca Off-White, que já fabricava o acessório no país asiático, o qual não é sucesso apenas entre as mulheres. A plataforma global Lyst, que realiza pesquisas de moda, mostrou que a máscara desta marca foi o produto de moda masculina mais pesquisado do primeiro trimestre de 2020.